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Reeleita, Cristina chora ao tomar posse na Argentina
Folha de S.Paulo
Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, 58 anos, chorou ontem ao tomar posse de seu segundo mandato em cerimônia no Congresso em Buenos Aires.
Emocionada, Cristina fez referência a seu marido e antecessor Néstor Kirchner, que morreu no ano passado.
Vestida de preto e com lágrimas nos olhos, disse: "Assim como vocês imaginam, hoje não é um dia fácil para esta presidente. Apesar da alegria e da contundência do voto popular, falta algo e falta alguém".
O vice-presidente, Julio Cobos (UCR), com quem está rompida, esteve presente, mas Cristina recebeu a faixa das mãos da filha, Florencia.
A militância juvenil ocupava ruidosamente a praça diante do Congresso.
Em seu discurso, Cristina deu ênfase à questão dos direitos humanos --o julgamento de militares envolvidos na repressão da ditadura (1976-1983) foi uma das bandeiras de seu governo.
Homenagem a Dilma
Cristina comparou a trajetória da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, com a de uma militante que morreu em La Plata, para falar das lutas de sua geração durante os anos 70.
Mencionou a foto divulgada no Brasil na semana passada da brasileira prestando depoimento a militares durante a ditadura --Dilma estava presente na cerimônia de posse.
Com relação à economia, disse que o país é hoje uma 'nova Argentina', referindo-se à recuperação do país após a crise de 2001 e ao reestruturação da dívida.
A presidente disse, ainda, que não governa para as empresas e sim para "40 milhões de argentinos".
Cristina anunciou mudanças na Secretaria de Comércio Exterior, comandada por Guillermo Moreno, que atuará em conjunto com o ministério de Economia.
Hoje dedica-se a controlar as exportações e o Indec (IBGE argentino), que maquia os dados da inflação do país.
A presidente foi dura com os sindicatos e pediu "responsabilidade" em suas reivindicações. Ela acabou dando uma alfinetada no próprio Juan Perón (1895-1974), ícone de seu partido. "Com Perón, não havia direito de greve, conosco sim".
Dilma se reuniu ontem com o presidente hondurenho, Porfírio Lobo, com quem acertou colaboração para a implementar em Honduras programas sociais inspirados nos brasileiros.
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