Governo da Colômbia mata o guerrilheiro nº 1 das Farc

Bogotá - Alfonso Cano, líder máximo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), foi morto anteontem em bombardeio no sudoeste colombiano. A morte mergulha a guerrilha mais antiga do continente numa crise, mas é improvável que sele sua derrota ou acelere, no curto prazo, a paz.

Aos 63 anos, Cano --codinome do professor universitário de Bogotá Guillermo León Sáenz, convertido em guerrilheiro nos anos 70-- liderava as Farc desde 2008.

Ele substituía o líder histórico do grupo Manuel Marulanda, Tirofijo, que morreu de ataque cardíaco em 2008.

A eliminação se soma a uma lista de reveses para as Farc em quatro anos. Em 2008, um polêmico bombardeio colombiano no Equador matou o então número 2 da guerrilha, Raúl Reyes. Em 2010, o alvo foi Jorge Briceño, o Mono Jojoy, coordenador logístico do grupo.

Ao morrer, o líder estava sem a barba com a qual aparecia nos vídeos das Farc e não contava com grande estrutura de segurança.

Juan Manuel Santos, o presidente da Colômbia, enfrenta críticas pelo aumento de atentados e sequestros promovidos pelas Farc.

Especialistas preveem uma reação da guerrilha.

"É provável que haja retaliações. Mas o governo não pode perder a chance de convocar negociações de paz", diz Silke Pfeiffer, diretora do centro de estudos International Crisis Group em Bogotá.