Vencer
19/09/2009

Belluzzo diz que não deixará o São Paulo ganhar no grito

Luís André Rosa e Adriano Pessini
do Agora

Entre citações a Fernando Pessoa (1888-1935), São Tomás de Aquino (1225-1274) e Sócrates (469-399 a.C), o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, 66 anos, mostra que não vive só de discurso filosóficos. Se precisar ir para o pau, ele irá. Principalmente se achar que o Verdão está sendo prejudicado.

Rivaldo Gomes/Folha Imagem
O presidente do Verdão, Luiz Gonzaga Belluzzo
O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo

Em entrevista exclusiva ao Agora, Belluzzo comenta ainda sobre os primeiros oito meses da sua gestão no clube, novos projetos e o atual time.

BALANÇO DA GESTÃO
Fernando Pessoa sempre dizia que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Está valendo a pena por todas as dificuldades de dirigir um clube grande. Quando assumi, a situação não era maravilhosa, mas também não era tudo isso que as pessoas da oposição falavam. Outra conclusão a qual cheguei é que ser presidente tira um pouco o prazer de ver futebol, pois você vê as partidas muito mais preocupado.

CONSELHEIROS
Temos de reduzir muito o número de conselheiros vitalícios, pois isso é um atraso. Acho que o sócio deveria ter mais peso nas decisões para oxigenar mais o clube.

REELEIÇÃO
Não quero. Eu não queria nem ser candidato, mas me pediram. Uma coisa é fazer a campanha, outra é governar, contrariar interesses. É complicado. E é preciso ter noção dos limites das questões pessoais que estão envolvidas.

ARENA
As obras vão começar no fim do ano. Acho que não vai ter mais problemas em relação à CET. Ela fez algumas exigências, como não ter fila fora do estádio. O valor continua sendo de R$ 300 milhões, e a WTorre está bem, tem caixa e crédito. Vamos primeiro construir o edifício de quadra, depois o administrativo e, em junho [de 2010], o Palmeiras passa a jogar em outro lugar para poder ser feita a reforma do estádio. Mas a capacidade não será acima de 45 mil pessoas. Segue tudo como estava previsto inicialmente.

PREÇO DOS INGRESSOS
Você deveria perguntar se é justo para São Tomás de Aquino, que tem a teoria do preço justo. Mas se você tem dois jogos em casa no mês, R$ 40 a arquibancada é um preço razoável. Quando há mais jogos no mês, aí eu acho que se deve ser mais cuidadoso.

ESPAÇO VISA
O tíquete médio do Palmeiras subiu muito [R$ 32,50] e vamos chegar à casa dos R$ 20 milhões de receita de bilheteria neste ano, que é uma subida considerável. A torcida está no direito de reclamar [por não ter mais a arquibancada central], mas eu tenho de cuidar das finanças.

SÓCIO-TORCEDOR
O programa terá uma série de benefícios, como desconto nos produtos dos parceiros do clube, um esquema de lealdade ao time. A previsão é começar no fim deste mês. Nós achamos que traremos, de cara, cerca de 20 mil torcedores. As mensalidades serão de R$ 25, R$ 50 e R$ 100. Estamos fazendo um convênio com o Bradesco para uso do cartão de crédito para compra de ingresso pela internet, em qualquer setor do estádio. O desconto na entrada e nos produtos dos parceiros serão proporcionais ao plano que o torcedor assinar. Haverá também prioridade na compra do ingresso. A arrecadação vai depender de como vai evoluir a adesão, mas, com 20 mil pessoas, podemos arrecadar uns R$ 12 milhões ao ano.

INCHAÇO DO ELENCO
[Atualmente, o Palmeiras tem 230 jogadores inscritos na CBF, sendo 91 amadores e 139 profissionais]. Muitos dos que aparecem nos registros como profissionais são meninos de 16 anos que precisam ter contrato, senão, pela lei, podemos perdê-los. Rescindimos alguns contratos recentemente, pagando os direitos, pois valia mais a pena do que pagarmos os salários mensalmente. Mas temos uma legislação que te coloca em uma situação difícil tanto com os jovens como os mais velhos, que podem assinar um pré-contrato com outro time se tiver um vínculo curto com o time atual. Com todas as entradas e saídas recentes, incluindo do Keirrison, do Mozart e do Fabinho Capixaba, diminuímos a folha de pagamento em cerca de R$ 40 mil.

MONTAGEM DO GRUPO
Treinador sempre tem de dar a última palavra na contratação do jogador, mas não que ele tenha de dar a primeira também. O treinador tem que ter a última palavra porque é ele que vai treinar e montar o time. Mas tem o auxiliar, o diretor de futebol, o pessoal da fisiologia que analisa as condições físicas do atleta. Hoje não há mais espaço para ter um homem só decidindo. É claro que pode haver erros, mas esse tipo de conduta aumenta a possibilidade de acerto. O torcedor tem de ter um pouco mais de paciência também, entender que o jogador, às vezes, precisa de um tempo maior de adaptação ao clube grande. Principalmente, nos casos de jogadores jovens, como o Jefferson e o Jumar. As pessoas tendem a tirar conclusões precipitadas. Tem muita gente que só vê o jogo do seu time e não sabe avaliar o potencial dos jogadores.

FORÇA DO CONJUNTO
O elenco do Palmeiras é competitivo. Tem problema quando perde um titular, mas é um bom elenco. O Wanderley [Luxemburgo, técnico anterior] já dizia que o time ia engrenar mesmo no Brasileiro. E eu estou satisfeitíssimo com o Muricy [Ramalho]. Ele pode nos levar ao título.

SÃO PAULO
Isso aí [apontar supostos erros dos árbitros a favor de clubes rivais] é uma espécie de guerra psicológica que o São Paulo faz. Não é que o juiz entre com o objetivo de te prejudicar, mas ele entra com medo de prejudicar o outro time. Eu não gostaria de discutir essas coisas, mas eu duvido que aquele juiz que não deu o pênalti no Diego Souza contra o São Paulo [no empate por 0 a 0, pela terceira rodada do Brasileirão] tenha feito de má-fé. Ele fez por medo. Eu disse para ele depois no vestiário: 'Quero te dizer que perdemos dois pontos importantíssimos e que você não deu o pênalti porque afinou'. O árbitro precisa saber que está lidando com outro clube grande. É importante se apresentar como um clube poderoso. O Palmeiras não exercia isso. No inconsciente do juiz, fica a ideia de que as consequências do erro contra um são menos graves do que as consequências do erro contra outro. Isso não é má-fé, é algo psicológico. Você não pode deixar que isso pese na decisão do juiz. Eu disse, por exemplo, que o [Evandro Rogério] Roman não apita mais jogo do Palmeiras porque aquilo [ter dado pênalti para o Goiás na derrota por 2 a 1, no dia 22 de julho] foi um pouco demais. Esse é meu estilo. Se eu virei presidente, tenho de aceitar as condições do futebol. As pessoas falam, os clubes se manifestam e, se todo mundo fala, eu vou ficar quieto? Antes, o Palmeiras era assim, mas eu não sou. Basta pegar o histórico da relação com a arbitragem. É da cultura do São Paulo. O Corinthians e o Palmeiras reclamam muito menos. Eles [são-paulinos] são hábeis em criar um ambiente favorável. Não estou fazendo uma crítica moral, só estou dizendo que eles usam esse tipo de arma. Eu não fiz e nunca faria qualquer referência a jogo do São Paulo, pois não tenho nada a ver com isso. Mas, se eles fizerem, iremos responder à altura.

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