25/02/2018

Ensino fundamental 2

Cristiane Gercina
do Agora

Minha primogênita cresceu; é uma pré-adolescente cheia de marra, e eu nem acredito que o tempo está voando dessa forma

Ela não tem nem tamanho, nem peso, nem maturidade, mas, aos 11 anos, minha pequena artista Luiza já está no ensino fundamental 2. Sei que o ensino fundamental 2 é uma fase normal na vida de um estudante. Também sei que Luiza está no tempo correto na escola, na idade em que deveria chegar ao 6º ano.

Mas, para o coração de uma mãe, as coisas não são tão fáceis. Ainda ontem, ela era uma garotinha aprendendo a juntar as primeiras letras, com dificuldade, em uma ânsia por leitura. Hoje, minha primogênita é uma pré-adolescente cheia de marra e que adora tecnologia.

No dia em que eu fui matriculá-la na nova fase, quase chorei. Eu não havia me dado conta do tamanho da mudança até ser informada pela secretária que não, a escola não enviaria mais a agenda de comunicação entre pais e mestres e que, agora, cada pequeno ser é que escolheria sua própria agenda para anotar os seus próprios compromissos.

Foi um choque, confesso. Naquele momento, eu me dei conta de que minha primogênita fazia de mim uma nova mãe. A nova mãe de uma quase adolescente.

Eu quis chorar, mas segurei o choro e pensei no que me resta. Porque ser mãe é mergulhar de cabeça na montanha-russa da existência.

Mesmo agora, três meses depois, escrevendo esta coluna, eu ainda não me acostumei. E estou me dando conta, mais uma vez, de que esta mãe que aqui vos fala não sabe nada sobre a existência. Acredito que sabe menos ainda do que aquela jovem barriguda de 27 anos, que se preparou para a maternidade como quem se prepara para o vestibular, lendo todos os possíveis manuais de como criar filhos, ingenuamente sem saber que amamentar de 20 em 20 minutos e acordar cinco vezes na noite não era nada comparado ao que o futuro da vida de um novo ser humano lhe reserva.

Livro mostra gato que come couve

O livro "Calvin e a Couve" (R$ 19,90, 30 págs.,Oitava Rima), escrito por Arlete Sousa e composto por ilustrações de Carol Plumari, faz uma homenagem ao gato da família da autora, que adorava comidas inusitadas. A principal delas era couve. Da mesma forma como Calvin (o protagonista da narrativa) se apaixona pelo vegetal, a gente também se apaixona por ele no decorrer do livro. Em casa, as meninas amaram, pois temos uma gata que é nosso xodó. O livro fez tanto sucesso que Laura, a caçula, conta e reconta a história para ela mesma, diversas vezes ao dia. Vale muito a leitura.

Cristiane Gercina, 38 anos, é mãe de Luiza, 10, e Laura, 5. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é editora-assistente de Grana do Agora. É apaixonada pelas filhas e por literatura.

Quer ver o desenho do seu filho publicado na coluna? Envie-o para o e-mail colodemae@grupofolha.com.br com nome completo e idade da criança, nome do responsável e celular do responsável.

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