18/06/2017

A arte de ser mãe

Cristiane Gercina
do Agora

Malabarista. Equilibrista. Contorcionista. Palhaça. O desenho acima, de Luiza, minha filha de 10 anos, resume bem o que é o grande circo da vida de uma mãe.

Tem que ser forte, bonita, arrojada, inteligente, comunicativa, corajosa, flexível e sorridente. Ou seja, ser mãe é uma arte. E das mais completas.

Mãe é tudo. É enfermeira, professora, despertador, nutricionista, dançarina. É um cérebro auxiliar, segundo a mais nova médica das minhas filhas.

Com frequência recebo textos bem-humorados ou desabafos desapontados nas redes sociais sobre a arte de ser mãe.

Muitas se consideram polvos, com vários braços para segurar todos os filhos. E os brinquedos, o celular, a bolsa. Outras se consideram superpoderosas, com o poder de estar ao telefone, mexer o arroz, dar mamadeira para um filho e fazer sorrir o outro que chora.

Há as mamães "highlanders", que são praticamente imortais. Doença nunca chega nelas. Porque mãe não fica doente. Ou pelo menos acha que não fica, como é o meu caso.

Eu poderia perguntar aqui: Que tipo de mãe é você? Mas sei que a resposta é a mesma que eu darei: de todos os tipos.

Tem ainda aquela mãe que eu não sou: a mãe calminha, que sempre sorri, nunca dá bronca, busca na escola, coloca todo dia para dormir e não trabalha fora. Essa mãe ideal –pelo menos dentro dos meus padrões internos de cobrança– está dentro de mim e aflora de vez em quando. Nas férias e nos feriados.

E mesmo sendo tantas, há dias em que as meninas querem outra mãe. Querem aquela que fica em casa e não trabalha nunca, só faz bolo e leitura noturna.

Querem a mãe que não tem o terceiro filho, o jornalismo, como eu explico a elas. Nessas horas, em que as duas choram para que eu fique em casa e seja outra completamente diferente, dedicada às filhas, sem o ritmo alucinante e apaixonante da minha profissão, eu sempre digo: "Tão gostoso quando a mamãe fica em casa de vez em quando, não é? Se a mamãe ficasse em casa todos os dias, vocês não sentiriam tanta falta".

As duas concordam. E entre dramas e comédias vamos seguindo.

Dica de diversão
Quem gosta de "Alice no País das Maravilhas" não pode perder a peça, às 14h de domingo, no Tietê Plaza Shopping (av. Raimundo Pereira de Magalhães, 1.465). A apresentação será no 2º piso, gratuita. Senhas 30 minutos antes.

Cristiane Gercina, 37 anos, é mãe de Luiza, 10, e Laura, 4. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é editora-assistente de Grana do Agora. É apaixonada pelas filhas e por literatura.

Quem quiser fazer sugestões, enviar ideias e dividir experiências pode mandar um e-mail para cristiane.gercina@grupofolha.com.br. Dúvidas e dicas também são bem-vindas.

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