Terror peculiar

Eleito uma das cem obras mais importantes da literatura jovem de todos os tempos, o livro "O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares" (R$ 39,90, 336 págs., Leya) é um mergulho de cabeça no sombrio e desconhecido mundo da magia. A obra do americano Ransom Riggs apoia sua narrativa em fotografias antigas, garimpadas ao longo dos anos, que se alternam com os textos, costurando a história.

É só dar uma olhadinha acima para perceber que as imagens são propositalmente macabras: parte de um conto de terror no mínimo peculiar.

No livro, o leitor acompanha a história de Jacob, um garoto de 16 anos, sem muitos amigos e que cresce ouvindo as histórias do avô. Nelas, ele conta ter sido separado dos pais na infância e ter vivido com outras crianças em um orfanato, em uma ilha afastada. Lá, há crianças invisíveis, fortes como super-heróis, que soltam fogo pelas mãos e até que levitam de maneira descontrolada.

Quando o avô morre repentinamente, Jacob decide ir até o lugar. Chegando, percebe que as memórias eram reais e que, de alguma forma, aquelas crianças ainda vivem ali, protegidas por feitiços. Mas descobre que elas também podem ser perigosas e estão isoladas do resto da sociedade por alguma razão.

Sucesso no mundo todo, "O Orfanato da Srta. Peregrine..." foi traduzido para mais de 40 idiomas e elogiado por autores infantojuvenis de peso, como Rick Riordan e John Green. Já o diretor Tim Burton, responsável por levar a obra ao cinema, gostou tanto que afirmou poder ter escrito a história.

Vivian Masutti, 30 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa.