Nas ruas
20/09/2010

Russomanno quer integrar as polícias Civil e Militar

Adriana Ferraz
do Agora

A corrupção policial será combatida com bons salários em um possível governo de Celso Russomanno (PP), 54 anos. O candidato ainda promete unir as polícias Civil e Militar para agilizar as investigações e elevar a taxa de casos solucionados.

Agora - O senhor diz que toda cidade paulista terá uma delegacia com delegado-titular. Como fará isso?
Celso Russomanno - Nós temos 3.600 delegados de polícia na atividade e temos 645 municípios. A maioria dos municípios de até 10 mil habitantes não tem delegado. Isso é falta de gerenciamento. Vou mudar essa organização.

Agora - O senhor vai aumentar o salário dos policiais?
Russomanno - O salário líquido de um delegado hoje é de R$ 3.600. Aí eu te pergunto: você segura o cara que está na linha divisória, entre o lado do bem e do mal, com esse dinheiro? O que acontece ele? Corrupção. A polícia mais corrupta do Brasil era a Polícia Federal. Começamos a desenvolver um trabalho na Câmara dos Deputados e tornamos todos os cargos da Polícia Federal cargos universitários. Hoje, o cara que ganha menos entra com R$ 9.000, como agente. A Polícia Federal se tornou a polícia mais eficiente e menos corrupta do país.

Agora - De quanto será esse aumento, tendo em vista o orçamento do Estado?
Russomanno - Até o final do governo, equiparar o salário paulista ao pago na polícia de Brasília.

Agora - O senhor pode dizer o valor?
Russomanno - Eu acho que o policial militar de Brasília está ganhando R$ 4.000. Mas não é só essa mudança. Vou integrar as polícias. No meu governo vai haver uma polícia só, com dois setores: investigativo e uniformizado. Porque aí você começa e termina o processo de investigação. Hoje, a Polícia Militar começa e a Civil termina. E temos de oferecer carreira ao soldado.

Agora - De que tipo?
Russomanno - O policial que chega soldado na corporação da Polícia Militar morre soldado. Não tem carreira para ninguém, só para o oficial, que pode virar coronel. O praça vai a cabo e pode, no máximo, se aposentar sargento. Se você não tem horizonte de crescimento na vida, por que você quer fazer alguma coisa de bom?

Agora - Como vai combater a corrupção dentro da polícia?
Russomanno - Pagando bons salários. O delegado hoje tá passando fome. Se você paga bem, você diminui a corrupção.

Agora - Como o senhor avalia o trabalho da Corregedoria?
Russomanno - O delegado que é corregedor tem que se aposentar como corregedor, porque se um dia ele voltar para a ativa ele está morto. No meu governo, o policial vai escolher ser da Corregedoria para poder punir com isenção.

Agora - O senhor é a favor da operação delegada?
Russomanno - Não, eu sou a favor de dar carreira para o policial. No meu governo, o cara que é investigador vai ser um dia delegado, o cara que é escrivão vai ser em dia delegado e o cara que é soldado vai ser um dia oficial. Também vou mudar os plantões. O policial, depois que descansou 12 horas, só vai trabalhar depois de outras 36 horas. É um turno muito longo. Ele poderia trabalhar antes e receber por hora extra.

Agora - Então no seu governo o senhor não vai incentivar essa atividade delegada o bico oficial com prefeituras?
Russomanno - Eu não vou incentivar bico com prefeituras. É obrigação do Estado a Segurança Pública. Não da prefeitura.

Agora - O senhor critica muito as estatísticas criminais. O Estado maquia os índices?
Russomanno - Maquia. Antigamente, uma pessoa que sofria uma lesão corporal seguida de morte era computada como caso de homicídio. Hoje, ela fica na estatística da lesão corporal, mesmo que tenha morrido depois da cena do crime, no hospital, por exemplo. Isso muda o resultado da estatística. Vou corrigir o sistema 

Agora - O senhor anunciou que vai obrigar os agentes penitenciários a passar por exames de sangue a cada seis meses para detectar uso de drogas. Essa medida não é discriminatória?
Russomanno - Os agentes pedem por isso, para que consigam separar o joio do trigo.

Agora - O que o senhor pretende saber com esse exame?
Russomanno - Eu quero evitar que o agente penitenciário acabe patrocinando a entrada de drogas dentro dos presídios para sustentar o seu próprio vício.

Agora - O fato de o agente ser usuário de droga quer dizer, na sua opinião, que ele é corrupto?
Russomanno - Quer dizer sim. É exatamente isso, é que você não convive lá dentro. A corrupção não é só dinheiro.

Agora - E o senhor vai punir esse agente?
Russomanno - Punir não, vou afastar.

Agora - O senhor também quer instituir indenização às vítimas. Os criminosos fariam esse pagamento?
Russomanno - Sim, em casos de crimes contra a integridade, crimes de estupro, crimes de morte. Quando dói no bolso, a pessoa pensa mais.

Agora - Depois de um período de calmaria, as unidades da Fundação Casa têm registrado muitos casos de rebelião. Por quê? Como o senhor vai tratar o menor infrator?
Russomanno - A Febem só mudou de nome. As rebeliões sempre existiram, mas agora são chamadas de ato de indisciplina. É preciso dar amor para essas crianças, ensinar alguma coisa para elas, fazer com que elas sejam percebidas como gente. Essas unidades funcionam como presídios.

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