Kassab só gastou a metade da grana para limpeza de córregos

Até o início do período de chuvas, a Prefeitura de São Paulo só havia gasto a metade da grana reservada para limpeza e manutenção dos córregos da cidade. O dinheiro previsto no Orçamento da capital para esse serviço era de R$ 134,9 milhões. Mas a prefeitura gastou apenas R$ 71,7 milhões até 31 de outubro, o que corresponde a 53% do previsto.

Segundo especialistas, a limpeza dos córregos é fundamental para que os piscinões e os rios principais, como o Tamanduateí, o Pinheiros e o Tietê, não recebam sedimentos sólidos e lixo, o que compromete a capacidade de escoamento da água das chuvas e, consequentemente, de evitar enchentes como as de anteontem.

Os recursos previstos no Orçamento para esse serviço são divididos entre as subprefeituras. As administrações do Ipiranga e da Vila Prudente, por exemplo, foram duas das que menos investiram no serviço. Juntas, elas só gastaram 36% dos cerca de R$ 8 milhões previstos. Essas regiões fazem parte da bacia do rio Tietê.

Na manhã de ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse que "o importante a ser checado são os investimentos em drenagem. E, em relação aos governos anteriores, nós tivemos um aumento bastante significativo nesses investimentos."

O dado é real: quase todo o dinheiro previsto para obras de drenagem já foi usado. Apesar de o mesmo não acontecer com a limpeza dos córregos, o prefeito negou que a cidade tenha investido menos nesse setor. Ele disse que não é possível comparar o valor previsto para o serviço no Orçamento deste ano com o valor efetivamente gasto porque a previsão da quantidade de grana que a prefeitura teria ao longo do ano mudou por conta da crise financeira internacional.

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