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Fogo em trem para metrô e prejudica 100 mil
Gilberto Yoshinaga e Folha de S. Paulo
do Agora
Um princípio de incêndio em um trem da linha 1-azul que estava na estação Sé do metrô causou pânico e transtornos, ontem de manhã, a cerca de 100 mil passageiros. Apesar de o fogo ter sido contido em poucos minutos e de ninguém ter se ferido, algumas pessoas passaram mal com o tumulto. Devido ao caso, as linhas 1-azul e 3-vermelha operaram durante boa parte da manhã com a velocidade reduzida.
O fogo foi percebido às 6h37, ao atingir a parte inferior de uma composição que seguia no sentido Tucuruvi-Jabaquara, e foi contido em poucos minutos. Os passageiros que estavam no vagão não perceberam o que aconteceu, mas alguns sentiram cheiro de queimado. O trem ficou na plataforma por 19 minutos, até ser esvaziado e rebocado.
Joel Silva/Folha Imagem |
Usuários do metrô se aglomeram na estação Sé |
O incidente atrasou todas as composições, das duas linhas, que passam pela Sé, e superlotou as plataformas de embarque. O serviço foi normalizado às 8h15. Muitos passageiros prejudicados optaram por usar ônibus, o que fez a SPTrans alterar o percurso de 33 linhas, entre 7h e 8h30.
A operadora de vendas Michelle Callejo, 19 anos, chegou ao trabalho com duas horas de atraso. "Uns 60% dos funcionários de onde eu trabalho tiveram mais de uma hora de atraso", contou ela. "Entre as estações Bresser e Sé, trecho que costuma levar cinco minutos, a demora foi de 45 minutos. Depois, perdi mais uma hora e meia para chegar à estação Paraíso", afirmou. Para Michelle, o caos de ontem mostrou que o metrô paulistano é vulnerável. "Um probleminha localizado paralisou toda a malha."
Um gerente de 27 anos ficou 50 minutos parado, em um trem da linha 1-azul, já próximo à estação Sé. "Quando consegui sair, pensei em pegar ônibus, mas desisti ao ver as filas enormes", contou.
Manutenção
Um funcionário da manutenção do Metrô, que pediu para não ser identificado, disse ontem que o princípio de incêndio pode ter sido causado por causa da troca indevida de um tipo de fusível, que teria sido feita pela companhia há um ano e meio. Segundo ele, o Metrô trocou os fusíveis dos trens, de 450 ampères, por peças de 600 ampères. "Desde então, começaram esses princípios de incêndio", afirmou. Ele disse que, este ano, já ocorreram dois casos semelhantes.
O professor de engenharia elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Pedro Luiz Benko, disse que precisaria de mais dados sobre o sistema elétrico do metrô para comentar a suposta troca de fusível. Mas adiantou: "Se apenas o fusível foi trocado, e não houve mudanças na voltagem e na tensão da instalação, realmente é possível ocorrer um superaquecimento que pode gerar fogo".
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