Demissão de garis deixa São Paulo mais suja

O corte de 20% no orçamento destinado aos serviços de varrição de rua e coleta de entulho já é notado em São Paulo. Nos últimos três dias, a reportagem do Agora flagrou diversos pontos de acúmulo de sujeira, em todas as regiões da cidade. As empresas anunciam que já demitiram 1.500 funcionários, dos 8.500 em atividade. A Prefeitura de São Paulo disse desconhecer a redução de garis.

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Só em Santo Amaro (zona sul de SP), segundo o sindicato dos trabalhadores do setor, o número de equipes que recolhe entulho caiu de 14 para 3. A situação não está crítica apenas na periferia ou em pontos com alta concentração de pessoas, como a região central.

Em áreas consideradas nobres, como os bairros do Brooklin e Campo Belo (ambos na zona sul), há entulho até em esquinas de grandes vias. É o caso da praça Roque Willer Affonso, localizada próxima à avenida dos Bandeirantes.

O mesmo ocorre na avenida Duque de Caxias, no centro, onde pedestres encontram dificuldades para caminhar. Sacos de lixo e pedaços de madeira ou papelão precisam ser superados nas calçadas. Algumas pessoas optam por andar nas ruas. Próximo dali, na avenida Rio Branco, o trabalho dos catadores de entulho aumentou. No cruzamento com a rua dos Gusmões, a via está tomada pela sujeira. Exemplos semelhantes podem ser observados em toda a cidade.

A redução no repasse para a limpeza urbana representa, segundo a prefeitura, R$ 22 milhões. É o valor que as empresas deixarão de receber até o final do ano --e que fará falta para o pagamento da folha de funcionários. A maioria dos demitidos pelas cinco empresas que mantêm contratos com a prefeitura cumprem aviso prévio até, no máximo, o próximo dia 25. Boa parte, no entanto, já falta ao trabalho, causando transtornos antecipados à população.

Segundo o Siemaco (sindicato dos garis), a situação vai piorar. "Na zona sul já está e, aos poucos, a sujeira tomará conta da cidade. A prefeitura deveria contratar, não demitir", diz o presidente do sindicato, José Moacir Pereira.

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