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Pronto, conjunto da CDHU está vazio há 4 meses
Talis Mauricio
do Agora
Um conjunto habitacional construído em Santa Isabel (Grande SP) está abandonado e correndo o risco de ser invadido devido a um impasse que impossibilita a liberação dos apartamentos às famílias.
O conjunto com 260 apartamentos, custou R$ 7,5 milhões aos cofres públicos. A obra ficou pronta em abril deste ano, mas devido à falta de licença ambiental foi interditado um mês depois pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Hoje, apenas um guarda, que fica no local sem água e luz, toma conta para que a área não seja invadida.
A obra não pode ser entregue porque foi feita sem autorização em uma área de preservação ambiental. Com isso, cerca de 1.300 pessoas estão esperando ansiosas pelos 260 apartamentos construídos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) no local.
O Agora foi ao conjunto habitacional na última quarta-feira e encontrou uma cidade fantasma. O local está escondido no km 189 da rodovia Presidente Dutra, no bairro Cachoeira, e o acesso se dá após cinco minutos de carro em uma estradinha de terra.
No interior do vilarejo, há uma pequena rua asfaltada, calçadas, postes de iluminação e até mudas de árvores plantadas. Os prédios, por sua vez, estão pintados e impecáveis.
"É uma pena, pois está tudo novinho, prontinho para ser entregue. É um verdadeiro desperdício do dinheiro público", disse a dona de casa Maysa de Castro Silva, 48 anos, que tem uma casa perto da obra.
Ao redor do conjunto não há nem padarias, supermercados, hospitais, escolas ou qualquer infraestrutura para os futuros moradores.
Com medo de perder o emprego, o guarda do conjunto prefere não falar. Mas admite: "Aqui só sou eu e os cachorros". Ele se refere aos 17 animais que vivem no local. Por enquanto, diz, "os únicos moradores do condomínio."
A entrega dos apartamentos da CDHU está atrasada há um ano e meio. Uma placa do governo estadual instalada perto do conjunto diz que a obra deveria ser concluída em fevereiro de 2008 --o início se deu em agosto de 2006.
Moradores vizinhos já estão desacreditados e falam em invasão dos prédios. "Ficamos tão empolgados na época do sorteio [entre agosto e setembro de 2008]. Mas, desse jeito vão acabar invadindo", disse a doméstica Silvia Pereira, 40.
A ajudante de cozinha Rosemeire Silva dos Santos, 38 anos, diz ser um sonho mudar para o local. Ela foi uma das sorteadas. "Do jeito que está, esse sonho não vai ser realizado nunca." Os contemplados não começaram a pagar pela moradia.
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