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Jovem morta em viagem não tinha gripe suína
Luis Kawaguti e Talis Mauricio
do Agora
Um exame feito pelo Instituto Adolfo Lutz revelou que a estudante Jacqueline Ruas, 15 anos, que morreu no último dia 2 de agosto em um voo de volta de uma excursão na Disney não estava infectada pela gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína.
O teste foi elaborado pelo instituto a pedido do IML (Instituto Médico Legal) de Guarulhos (Grande SP) que ainda trabalha na elaboração de um laudo final sobre os detalhes da morte de Jacqueline. O documento ainda não tem previsão para ficar pronto.
O Agora apurou que em um rascunho do laudo, peritos do IML atribuem a morte da garota à pneumonia --conclusão que já constava em seu atestado de óbito.
A suspeita de que Jacqueline havia morrido em decorrência da gripe A havia surgiu em decorrência de um exame ao qual ela foi submetida ainda nos Estados Unidos após se sentir mal. Tratava-se de um teste rápido para gripe suína que também deu negativo.
Divulgação |
Foto da estudante Jacqueline Ruas tirada, no final de julho, na viagem que a garota fez para a Disney |
Contudo, após sua morte a dúvida sobre a infecção ou não pela gripe A permaneceu, uma vez que esse teste rápido não é totalmente confiável. Ele tem 50% de chance de dar um resultado errado.
O teste feito pelas autoridades de saúde pública do Brasil é mais demorado, mas elimina as dúvidas sobre a presença ou não do vírus no corpo do paciente com suspeitas da gripe.
Gripe comum
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Guarulhos, que também recebeu a conclusão do exame do Instituto Adolfo Lutz, o teste de Jacqueline também deu negativo para infecção por gripe sazonal (gripe comum).
Jacqueline havia embarcado no dia 20 de julho em uma excursão da operadora de turismo Tia Augusta para conhecer parques temáticos em Orlando (EUA).No dia 29 de julho a garota começou a passar mal após tomar uma chuva. Ela foi examinada por médicos do seguro saúde da operadora de turismo --que realizaram o teste rápido para gripe A--, e medicada com o Tamiflu, a droga usada contra o vírus H1N1.
Após passar mal novamente, a jovem foi levada ao hospital norte-americano Celebration, onde passou seis horas fazendo exames e foi liberada para viajar de volta ao Brasil --com a condição de que procurasse atendimento médico caso passasse mal.
O voo de Jacqueline fez uma escala no aeroporto do Panamá, onde a jovem estava debilitada e teve de ser transportadas em uma cadeira de rodas. Jacqueline acabou morrendo no voo de volta ao Brasil, pouco antes do avião chegar a Guarulhos. A Tia Augusta informou na época que prestou todo atendimento necessário para a jovem.
Segundo o pneumologista do Hospital das Clínicas Rafael Stelmach, a pneumonia é uma doença grave e pode sim matar em um curto período de tempo. "A gripe suína não chega nem aos pés da pneumonia."
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