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1 em cada 5 restaurantes ignora lei antifumo
Adriana Ferraz
do Agora
Um em cada cinco bares e restaurantes de São Paulo ainda não promoveram adaptações necessárias ao cumprimento da lei antifumo, que passa a vigorar em todo o Estado em 7 de agosto. Levantamento divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde mostra que 3.861 estabelecimentos já foram alvo de blitze educativas --1.403 somente na capital.
Cerca de 500 funcionários, da Vigilância Sanitária e do Procon, visitaram 30 municípios entre os dias 1º e 5 de julho. Os fiscais registraram se já havia ou não alterações nos estabelecimentos, como colocação de cartazes alertando os clientes sobre a futura proibição, desativação de fumódromos, treinamento de funcionários e prestação de informações a clientes.
Segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Cristina Megid, a ação tem caráter de orientação. "Nos locais em que nada havia sido feito fomos especialmente cuidadosos no sentido de mostrar a importância de manter o ambiente livre de tabaco, não apenas para evitar punições, mas principalmente para a defesa da saúde dos clientes e dos funcionários.
A lei proíbe o uso de cigarros e derivados do tabaco em ambientes fechados de uso coletivo. Além de bares e restaurantes, condomínios, prédios públicos, casas noturnas e salões de beleza, por exemplo, serão obrigados a fazer adaptações. O não cumprimento da legislação resulta em multa, que pode variar de R$ 790 a R$ 3 milhões, e até interdição por 30 dias em caso de reincidência.
Dúvidas
Apesar da ampla divulgação, proprietários de bares, principalmente, continuam com dúvidas relacionadas às novas normas. Na Vila Madalena (zona oeste de SP), a principal diz respeito à permissão do fumo em áreas externas. "Segundo entendemos, é possível fumar na calçada se não houver barreiras laterais. Mas se fecharmos as portas [que dão acesso à área interna, cozinha e banheiros], como os garçons vão servir as pessoas?", pergunta o gerente Cleto de Oliveira, 40 anos.
Para experimentar a nova legislação, o bar José Menino, no mesmo bairro, fará um teste a poucos dias do início da lei. Por enquanto, tudo permanece como antes. Os clientes podem fumar em áreas internas e externas. Do outro lado da rua, o bar Posto 6 já colocou cartazes nas paredes e até vestiu os garçons com camisetas que defendem a lei antifumo.
"Temos até um adesivo que mostra nosso apoio à lei. Os clientes vão se adaptar e o trabalho vai render. Não vamos ter de ficar limpando e trocando cinzeiros o tempo todo. Além disso, poderemos servir as mesas sem receber baforadas de cigarro na cara. A roupa não vai mais cheirar tão mal", disse o garçom Adail Júnior, 28 anos.
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