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Garota anda 313 km e não consegue fazer exame
Adriana Ferraz, Gabriela Gasparin e Lívia Sampaio
do Agora
O despertador tocou às 7h. Thalia Santos Pereira, 11 anos, demorou para sair da cama. Enrolou meia hora, mas teve de levantar. A mãe, Luciana Santos Silva, 33, estava ansiosa para ver o resultado da tomografia da filha, marcada para as 13h45 de ontem.
A garota tem otite média crônica, uma doença que pode provocar até a perda da audição. A pressa tinha motivo: a Secretaria de Estado da Saúde marcara o exame para o Hospital Santa Marcelina do Itaim Paulista, no extremo leste da capital. A família mora no Parque Santo Antônio, extremo sul de São Paulo. De carro, a distância que ela percorreu, só de ida, é de 70,5 quilômetros --uma viagem para Santos tem 72.
Sem poder escolher, mãe e filha saíram de casa cedo, às 9h15. O roteiro previa três conduções: ônibus, metrô e ônibus. O plano, porém, levou as duas ao destino errado. Sem conhecer a zona leste, Luciana pensou que a tomografia deveria ser feita no Hospital Santa Marcelina de Itaquera, a 14,1 quilômetros da unidade do Itaim Paulista.
A confusão rendeu uma corrida contra o tempo. Quando perceberam o erro, Luciana e Thalia voltaram ao ponto de ônibus. Elas só tinham uma hora para pegar mais duas conduções e conseguir cumprir o horário marcado. Não deu. Chegaram às 14h05 --quase cinco horas depois de terem saído de casa.
Apesar do atraso, apresentaram a guia e esperaram por um encaixe, quando veio a surpresa: a funcionária informou que o hospital está, há um mês, sem realizar esse tipo de exame.
A via-sacra foi em vão. Mãe e filha tiveram de aceitar a falha do sistema de saúde do governo José Serra (PSDB). "A gente tenta, pede e sempre recebe um não. Dá vontade de desistir, não procurar mais médico", disse Luciana.
A doença da filha foi diagnosticada há dez anos e, desde então, Thalia aguarda pela marcação de uma cirurgia, considerada por especialistas a única possibilidade de cura para a otite crônica dela.
'Quero melhorar'
Pelo caminho, Thalia mostrou-se corajosa. "Quero ser operada logo para poder melhorar. Não escuto do lado direito", contou. Além da deficiência, a garota tem que usar um algodão para conter as secreções (pus) e impedir a entrada de água.
Depois de passar um período sem procurar médicos, Luciana resolveu ir à Santa Casa de São Paulo (centro) pedir ajuda. "De lá, me encaminharam para a AME [Ambulatório Médico de Especialidades] Doutor Geraldo Paulo Bourroul", disse. A unidade também fica no centro.
Thalia passou por consulta no dia 12 de dezembro. Fez exames e voltou no último dia 22 de abril. Foi quando pediram a tomografia.
Após uma semana, conseguiu marcar o exame por telefone, na mesma AME, e foi chamada para que retirasse a guia no local. "Ninguém me ligou para dizer que não deveria ir mais. Ela [Thalia] perdeu aula, eu perdi tempo." Desde dezembro do ano passado, foram 313 quilômetros percorridos e nenhuma tomografia.
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