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Primeira escola está inacabada
Gabriela Gasparin
do Agora
Parte da estrutura para a criação da primeira creche da ilha do Bororé está pronta em um terreno que fica em uma travessa da estrada de Itaquacetuba, principal via do local. A obra, iniciada pela Associação de Crianças Carentes do bairro Jardim Ipurã, começou em 2004 e foi interrompida em abril do ano passado por falta de dinheiro para dar continuidade à construção.
A creche está com as estruturas concluídas, mas ainda falta o acabamento. A presidente da entidade, Antônia Batista dos Santos, afirma que colocou todo o dinheiro que tinha na obra, se endividou e até chegou a vender um carro para tentar finalizar o prédio.
Antônia vive em um barraco de madeira erguido ao lado da obra. Até o ano passado, ela conta que coordenava uma creche como voluntária no local. Ela cuidava de cerca de 25 crianças para as mães que precisavam sair da ilha para trabalhar.
No final do ano passado, o Conselho Tutelar do Grajaú esteve no local e avaliou que o local apresentava riscos para as crianças. Com isso, a creche improvisada no meio da ilha teve de fechar.
A aposentada Maria Cristina do Nascimento Silva, 33 anos, deixava a filha de dois anos com Antônia, conhecida como Zinha, e disse que faz muita falta uma creche na ilha.
Maria Cristina diz que sofre de esquizofrenia e, como não consegue cuidar da criança, paga R$ 100 para uma conhecida olhar a menina. Ela disse que paga a babá com dificuldade porque recebe um salário mínimo. Antônia diz que já procurou a prefeitura para ajudá-la a terminar a obra e firmar o convênio, mas teve a resposta negada.
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