Gripe suína é tão perigosa quanto a comum

A gripe suína, novo tipo de influenza que contaminou pelo menos 1.450 pessoas no mundo, não é mais letal do que a gripe tradicional nem parece ser mais contagiosa, afirmou ontem o epidemiologista responsável pelo centro de alerta sanitário mexicano, Miguel Angel Lezana.

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A OMS (Organização Mundial de Saúde) registra oficialmente que o influenza A (H1N1) causou 26 mortes no mundo até o momento, sendo 25 pessoas no México, onde se acredita que o vírus tenha surgido, e um bebê mexicano nos Estados Unidos.

No Brasil, o ministério da Saúde reporta 25 casos suspeitos, além de 36 outras pessoas em monitoramento.

Para Lezana, que também é porta-voz do ministério de Saúde mexicano, o baixo número de mortes em relação às pessoas contaminadas indicaria que a doença não é especialmente perigosa, e a concentração das vítimas fatais no México seria apenas um reflexo do maior tempo que o país conviveu com o vírus antes do alarme mundial.

"'Por ter sido um dos primeiros países onde o vírus foi encontrado, tanto as pessoas quanto o serviço de saúde estavam diante de uma situação desconhecida", disse.

Autoridades sanitárias dos Estados Unidos também relataram "sinais encorajadores" de que o novo vírus não seria mais perigoso do que a gripe comum, que mata entre 250 mil e 500 mi pessoas, em média, por ano no mundo.

Por sua vez, Margaret Chan, diretora-geral da OMS, alertou contra a complacência por causa das boas notícias vindas do México. "Os vírus da gripe são muito imprevisíveis. Não devemos ficar excessivamente confiantes.

A OMS pode elevar o nível de alerta de pandemia (epidemia mundial) de gripe suína de 5 para 6, o topo da escala, o que indicaria a pandemia consolidada.

"O nível 6 não significa, de forma alguma, que estamos enfrentando o fim do mundo. É importante deixar isso claro, porque, se não, quando anunciarmos o nível 6, isso irá causar um pÔnico desnecessário", disse Chan.

Segundo a organização, a gripe ainda não atingiu o seu pico e, apesar de o número de casos estar se estabilizando na capital mexicana, o contágio continua ocorrendo no interior do país e em outros locais, como nos EUA e na Europa.

No México, a rotina começa a voltar ao normal. O governo anunciou ontem um cronograma para retomar aulas em todo o país e o funcionamento de restaurantes e cafés na capital mexicana. Universidades voltarão a ter aulas na quinta-feira, mas a suspensão para escolas primárias e secundárias foi estendida até a próxima segunda-feira. Já os 35 mil restaurantes e cafés da capital, que só estavam autorizados a prestar serviços de delivery, voltam na quarta.