Catalisador é o vilão da vistoria ambiental, segundo mecânicos

Para os mecânicos, mesmo com apenas uma semana de vistorias em carros a álcool e a gasolina, já é possível prever quem será o vilão para o bolso durante a inspeção veicular: o catalisador automotivo.

Essa peça, fixada no cano de escapamento, tem a função de justamente conter a emissão de poluentes na atmosfera. "Custa entre R$ 700 e R$ 900", afirma Mauro Frison, mecânico de Pirituba (zona oeste de SP). "A vida útil dele é, em média, de 80 mil quilômetros. Tem carros ano 2003 ou 2004 que nunca o trocaram", diz Antonio Palermo Souza, dono de uma oficina da Casa Verde (zona oeste).

"Mas tem de fazer troca de filtros de ar, de óleo, velas, limpeza de bicos de injeção e consertar os vazamentos", afirma Frison.

Retirar o catalisador, prática comum nas oficinas, custa R$ 40. Sem a peça, o carro polui 20 vezes mais. Estudo da Cetesb mostra de quase quatro em cada dez carros de São Paulo não têm catalisador.

Olho aberto
O engenheiro mecânico Ricardo Bock, da FEI (Fundação Educacional Inaciana), faz um alerta: "O catalisador é uma peça que não deveria ser trocada nunca". Entretanto, de acordo com o professor, São Paulo tem uma particularidade que destrói essa peça e reduz em muito sua vida útil. "Por causa da gasolina adulterada, há grande formação de resíduos sólidos dentro e fora dele, e isso prejudica o desempenho." Ele diz que, se o carro apresentar queda de desempenho e, em alguns casos, aumento da temperatura do motor, pode ser sinal que está na hora de trocar o catalisador.