Superlotado, centro para viciado tem paciente no chão

O que foi anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como uma salvação para as famílias de dependentes químicos tornou-se um depósito de viciados que não conseguem vagas de internação.

Um mês após o Estado iniciar no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas) um serviço que facilitaria o tratamento de drogados, a unidade está superlotada, com pacientes aguardando vagas em cadeiras ou no chão.

Segundo Alfredo Toscano, diretor do Cratod, o setor de observação, onde os pacientes ficam internados até serem transferidos para uma clínica, trabalhava ontem com o triplo da capacidade.

"De 16 leitos, temos 45 esperando vaga. Extrapolamos o número de leitos de observação enquanto eles aguardam internação e o número de vagas que nos são oferecidas são insuficientes."

Com a superlotação, pacientes estão há dias aguardando atendimento em cadeiras de plástico ou no chão.

Ontem, o Agora constatou ao menos quatro dependentes que aguardavam vaga estavam deitados no piso frio, com um cobertor debaixo da cabeça como único apoio.

"Tem caso que está demorando cinco dias, tem caso que são dez dias, é uma espera longa", diz Toscano.

Resposta

A Secretaria de Estado da Saúde afirma que houve aumento de 150% na procura por atendimento no plantão judiciário do Cratod após o Carnaval e promete criar 180 novos leitos de internação nos próximos dias.

Desde o início do serviço, há um mês, o Estado ampliou o número de vagas de 700 para 800, número atual.

Sobre o jovem de 17 anos, a pasta diz que o procedimento da médica "não condiz com a metodologia", já que paciente com indicação de internação deve ser atendido no local ou encaminhado, pelo Cratod, a outra unidade especializada.

A pasta diz que irá orientar a equipe.

Sobre os gêmeos, a secretaria afirma que eles foram encaminhados para uma clínica no dia 4, mas que um deles se negou a ficar. Os dois voltaram ao Cratod no dia 8.

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