São Paulo sofre com obras ineficazes contra enchentes

Apesar do investimento crescente da prefeitura no combate as enchentes em São Paulo, os resultados têm se mostrado ineficazes.

É o que dizem especialistas ouvidos pelo Agora, que criticaram as medidas como a construção de piscinões, canalização de córregos e demais ações como soluções superficiais e paliativas, que não a causa do problema.

Segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, de 2005 a 2011 foram aplicados cerca de R$ 840 milhões no combate as enchentes.

Entre as últimas obras estão as intervenções nas bacias dos córregos Aricanduva (zona leste) e Pirajussara (zona sul) e na região do Jardim Pantanal (zona leste), além de 106 córregos recuperados, em uma parceria com o Governo do Estado e com a Sabesp, segundo Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos.

A pasta informa também que foram retirados do rio Tietê 3.280.266 m3 de sedimentos entre 2011 e junho deste ano.

No entanto, segundos especialistas, as medidas adotadas pelo poder público não resolvem o problema das enchentes em uma cidade urbanizada de forma desordenada e com pouco solo livre para absorver a chuva.

"Costumam apontar o assoreamento, o acúmulo de lixo nos córregos, a falta de galerias e de manutenção nas existentes. Tudo isso é importante. Mas são apenas razões superficiais", analisa o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano.

Resposta

Além dos investimentos em obras no sistema de drenagem, a Prefeitura informa que promoveu alterações na legislação e aumentou a fiscalização para combater o descarte irregular de entulho na cidade.

A Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana) diz ainda que cresceu a procura pelos Ecopontos, locais destinados para o descarte voluntário de resíduos e grandes objetos.

Com relação à limpeza do córrego Aricanduva, a Subprefeitura de São Mateus informou que realiza operações de limpeza manual e mecanizada sempre que é constatada a necessidade.

O local deverá ser limpo na segunda quinzena de setembro.

Sobre as obras do córrego Águas Vermelhas, a SIURB explica que uma obra no local em 2009 incluiu a canalização do córrego.

De acordo com a pasta, "as cheias na região serão resolvidas com a construção de um piscinão", que na região do córrego Oratório.

No entanto, o projeto está em elaboração e não tem previsão de execução.

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