Sobrevivente despenca do nono andar em elevador

Rio - O auxiliar de obras Alexandro Fonseca, 31 anos, salvou-se do desabamento do edifício Liberdade, no centro do Rio, contrariando uma das principais normas de segurança: não usar o elevador. "Nasci de novo. Agora tenho dois aniversários para comemorar", diz Fonseca.

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Ele descia no 9º andar na hora do desabamento. Ao ver que tudo desmoronava, jogou-se de volta ao elevador, que fechou as portas e despencou. Foi encontrado vivo duas horas depois, ileso.

"Eu me preocupei em me segurar. Sabia que não podia bater com a cabeça. Pensei que fosse morrer. Pensei que fosse ficar sem ver a família", conta o sobrevivente.

Na escuridão total, a luz do auxiliar de obras foi o seu celular. "Achei que estava entre o 3º e o 4º andar", disse. Ligou "a cada dez minutos", para um amigo que estava fora do prédio, até ser colocado para falar com os Bombeiros. "Eles gritavam: 'Tem alguém aí?' E eu respondia: 'Estou aqui!'.

As equipes de salvamento demoraram mais de duas horas para encontrá-lo. E o resgate teve riscos. "A lateral estava solta, por isso era muito perigoso", afirma o coronel Luciano Sarmento.

Foi necessário cortar uma barra de ferro sobre o elevador, o que poderia fazer com o entulho ao redor despencasse.

Os Bombeiros, então, pediram para que Fonseca subisse até o teto, e o retiraram ileso. "Não sofri nada. Nenhum ferimento. Nenhum corte. Foi um milagre", diz. Como inalou fumaça, foi levado ao hospital.

Ele diz acreditar que o fato de ser "magrinho" --pesa em torno de 53 kg e mede cerca de 1,60 m-- tenha ajudado. E confessa ter rezado "muito" no elevador. "Só penso em ver meus filhos. Eu nasci de novo", completa.

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