Burocracia barra morador de rua em abrigo municipal

Em busca de local aquecido para passar a noite, em especial com a intensificação do inverno, moradores de rua que tentam acolhimento nos abrigos da Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), estão sendo barrados pela burocracia.

Sentado na calçada quase em frente ao abrigo da prefeitura no vale do Anhangabaú, na região central, Vitor Hugo Pacheco, 22 anos, conta que foram raras as noites que conseguiu trocar as calçadas por uma das 116 camas no endereço.

"Nunca tem vaga", diz ele, que vive nas ruas desde os 16 anos.

Em recente tentativa, ele conta que não conseguiu uma vaga para dormir, mas, ao se distanciar da porta após insistir com o segurança para deixá-lo entrar, viu um cobertor ser lançado pela janela do abrigo por um dos ocupantes que se solidarizou com sua situação.

"Não passei tanto frio naquela noite."

Resposta

Sobre a burocracia em abrigos municipais, o secretário de Assistência Social, Filipe Sabará, da gestão Bruno Covas (PSDB), confirma a exigência do documento para quem quiser pernoitar em qualquer um dos 16 CTAs (Centro Temporário de Acolhimento) e afirma que a medida é necessária para organizar o fluxo.

Sabará, porém, nega que a medida acarrete em falta de vagas para quem busca abrigo.

"Diariamente, a partir das 22h, quem está na fila é acolhido ou encaminhado para outro abrigo", diz o secretário da gestão tucana.

É a partir deste horário, explica Sabará, que as vagas que ficam vazias para atender demandas emergenciais "principalmente durante os meses de outono e inverno" são disponibilizadas.

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