11/05/2018

PF afirma que ex-secretário e genro operavam propina

Leonardo Fuhrmann
do Agora

Secretário de Coordenadoria de Assuntos Governamentais de São Bernardo na gestão Orlando Morando (PSDB) até anteontem, o advogado Carlos Roberto Maciel é acusado pela Polícia Federal de operar, ao lado do genro Fábio Favaretto, parte do esquema de corrupção no fornecimento de merenda para prefeituras do estado.

Maciel pediu demissão após a revelação do caso. Ele presidia ainda a Fundação ABC, também indicado por Morando. Além de São Bernardo, eles são acusados de irregularidades em Mauá e Itaquaquecetuba (Grande SP), também governada pelo PSDB. Os dois, assim como duas filhas de Maciel, fazem parte de um dos quatro núcleos investigados pela Operação Prato Feito. Segundo a PF, as empresas desse núcleo firmaram contratos com mais de 17 prefeituras, no valor de R$ 120 milhões.

Em conversa gravada nas investigações, Favaretto afirma que pagou uma viagem do ex-prefeito de Mauá Donisete Braga (então no PT, hoje no Pros), com a família, para a Disney, nos EUA.

Resposta: 'Contratos são de gestão anterior'

A Prefeitura de São Bernardo afirma, em nota, que os contratos com a empresa Le Garçon, de Fábio Favaretto, foram assinados durante a gestão do antecessor do prefeito Orlando Morando (PSDB). Sobre a prorrogação do contrato, no valor de R$ 6 milhões, a atual gestão afirma que "foram prorrogados com uma redução média de 25%". "Os valores economizados somam a quantia deR$ 3,2 milhões", diz.

Sobre o suposto envolvimento do ex-secretário Carlos Maciel e de seu genro Fábio Favaretto no esquema, a prefeitura afirma que os "culpados" devem "pagar com o rigor da Justiça", sejam "parentes ou não". O ex-secretário Maciel, que também é advogado de Favaretto, não foi encontrado em seu escritório

Resposta: Prefeito de Mauá nega acusações

A Prefeitura de Mauá, na gestão Átila Jacomussi (PSB), afirma que o dinheiro encontrado na casa dele é do "salário, aluguéis de imóveis da família e pensão de seu filho" e foi declarado ao Imposto de Renda. "Não há subsídios para acusação de má conduta pública", diz.

O ex-prefeito Donisete Braga (Pros) diz que vai provar que viajou aos EUA com recursos próprios. "Esse empresário quis vender uma proximidade comigo que não tem.

A Prefeitura de Barueri afirma que "segue o padrão rigoroso da legalidade" nas licitações e a de Cubatão diz que "não tem conhecimento de nenhum fato relacionado às práticas lobistas que a imprensa cita" de um texto "sem verificação de autenticidade" da PF.