Auditoria aponta falhas em uniforme escolar de Doria

Alunos das escolas municipais de São Paulo receberam em 2017, primeiro ano da gestão João Doria (PSDB), uniformes com tamanhos inadequados, diz análise do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

Os testes foram feitos a pedido do Tribunal de Contas do Município.

Camisetas, bermudas, calças, jaquetas, blusões e tênis comprados pela prefeitura de três empresas não estavam em conformidade com as especificações técnicas, aponta a análise.

A cidade gastou R$ 95,56 milhões na aquisição de 604.963 kits de uniformes. Três consórcios foram contratados para o serviço: BEN, LLP e Conaetêxtil.

Os três serão os responsáveis também pelo fornecimento dos uniformes na volta às aulas neste ano, a partir da semana que vem.

Resposta

A Secretaria da Educação da gestão João Doria (PSDB) diz que os consórcios foram multados, no total, em R$ 1.230.040,65 por descumprimento de prazos.

Disse também que, para conferir as especificações técnicas dos uniformes, conta com a inspeção do Senai.

Promete comparar os resultados e, "se confirmada qualquer irregularidade, as empresas serão multadas".

Os consórcios BEN e LLP afirmam que o IPT não têm a certificação técnica necessária para a realização dos laudos.

O BEN diz, além disso, que, "eventualmente, algumas alterações podem ter ocorrido, mas nada impede que as peças possam ser utilizadas, uma vez que atendem aos padrões de qualidade exigidos.

Também por meio de nota, o LLP disse que, além da falta de embasamento técnico por parte do IPT, tem certificação do Inmetro "para todos os testes realizados" e que "todos os resultados foram aprovados". O Conaetêxtil não respondeu.

O IPT diz que os seus laboratórios obedecem a padrões internacionalmente aceitos e obtiveram acreditação junto ao Inmetro para todos os métodos de testes estabelecidos pelas normas ISO (International Standard Organization), embora não a tenham para algumas normas brasileiras (NBR).

"Não há possibilidade de colocar sob suspeita resultados obtidos por uma ou outra metodologia. Não há conflito normativo entre ambas", afirma o IPT.

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