Remo vira atividade de lazer e saúde para idosos

Nada de dominó, carteado ou crochê. É no remo que pessoas acima dos 60 anos têm encontrado motivo para ocupar o tempo com saúde e muita disposição. Para elas, a raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo), na Cidade Universitária (zona oeste), é uma espécie de "fonte da juventude", onde renovam as energias, cuidam da saúde e se divertem.

A única exigência feita pelos professores do Centro de Práticas Esportivas da universidade ou dos clubes que mantém barcos no local é que o aluno saiba nadar, independentemente da idade;

De resto, é preciso um pouco de paciência para tomar aulas teóricas em terra firme por ao menos três semanas, antes de se aventurar pelos dois quilômetros de extensão por 120 metros de largura da raia, que tem ainda 3 metros de profundidade. É muita água pela frente.

O empresário Arthur Motta Parkinson, 73 anos, remava quando menino no Rio de Janeiro e redescobriu o prazer de entrar na água com o barco no fim dos anos 90, depois que as lesões ficaram mais frequentes no futebol com os amigos.

"Remar é um balé, ritmado. Não tem choque, o impacto no chão. É energia e saúde na veia. Trabalho pernas, costas e braços", diz. Ele brinca com o sobrenome e diz que, entre amigos, virou o "bem de Parkinson".

Corpo e mente

Dona de casa aposentada, Taeko Shimabukuro, 79 anos, começou a praticar remo há cinco anos, por convite de um professor de atletismo. Ela conta que acorda às 4h e que, no fim da madrugada, já está na raia. Além dos benefícios para o corpo, Taeko ressalta a importância do esporte para a mente. "As outras pessoas da minha idade pensam mais devagar", afirma.

O casal de médicos Eliana e Paulo Gutierrez, ambos com 63 anos, encontraram no remo, há três anos, uma forma de se manterem saudáveis juntos. "Trouxe flexibilidade, equilíbrio e força. Sinto uma satisfação muito grande aqui", afirma a mulher.