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Fiscais suspeitos de cobrar propina por propaganda
Regiane Soares
do Agora
Fiscais da Prefeitura de São Paulo, da gestão João Doria (PSDB), são suspeitos de cobrar propina para liberar propaganda nas ruas da capital, o que é proibido pela Lei Cidade Limpa.
Segundo reportagem da rádio CBN divulgada ontem, valores são pagos por empresas contratadas por anunciantes para divulgar lançamentos imobiliários ou feirões de veículos.
A chamada Máfia da Cidade Limpa atua nas zonas leste e oeste e no centro e cobra valores diferentes, de acordo com o material de divulgação.
Para fazer vistas grossas, e não aplicar a multa de R$ 10 mil por propaganda ilegal, os fiscais cobram de R$ 60 a R$ 200 por final de semana por cavaletes, faixas, entrega de panfletos e homem-seta que indica o local do empreendimento imobiliário, de acordo com a CBN.
Além dos fiscais e das empresas de promoção, a máfia também conta, segundo a reportagem, com a participação de atravessadores, ex-funcionários públicos que usam a experiência na administração para facilitar a propaganda ilegal sem a interferência dos fiscais.
Resposta
O secretário-adjunto das Prefeituras Regionais, Fabio Lepique, da gestão João Doria (PSDB), disse ontem que todos os funcionários citados na reportagem da CBN serão afastados por 120 dias, durante o processo administrativo que será aberto para investigar o caso.
Se for comprovado o envolvimento no esquema, eles serão demitidos.
Segundo a secretaria, as gravações foram entregues para a Controladoria Geral do Município.
Ontem, Doria disse que não descarta a hipótese de afastar os prefeitos regionais das áreas dos fiscais suspeitos.
A gestão Doria disse ainda que "já averiguava possíveis problemas na fiscalização".
A participação das empresas também será investigada.
Se confirmado o envolvimento, elas ficarão impedidas de fechar contrato ou de fazer convênio com a prefeitura, segundo Lepique.
Ele afirmou que foram aplicadas 227 multas da Lei Cidade Limpa até 15 de julho (R$ 1,4 milhão). No ano passado, foram 33 multas, um total de R$ 441 mil.
O empresário Renato Guedes, da Lift Publicidade, negou participação no esquema.
O empresário Mário Santos, dono da agência MSantos, disse que não trabalha com promoção na rua e que o funcionário citado na reportagem é um contato publicitário autônomo.
A CPP Promoções não respondeu ao Agora. A reportagem não localizou os representantes das empresas Bellos e Ampla.
- Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora, nas bancas nesta terça, 1º de agosto, nas bancas
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