Prefeitos patinam em ações para acolher morador de rua

Construção de rampas "antimendigo", jatos de água em praças ocupadas por moradores de rua, restrições à distribuição de sopa, retirada de cobertores, além de mortes de sem-teto em época de frio. Episódios como esses geraram desgastes a prefeitos de São Paulo nos últimos 25 anos, em meio ao crescimento da população que vive nas ruas. Se havia cerca de 8.000 sem-teto em 2000, a atual gestão estima que hoje já são 20 mil.

O problema voltou a ser debatido na última semana, após agentes serem acusados de molhar sem-teto com jatos d'água e de desmontar seus barracos na praça da Sé (região central). A operação ocorreu na manhã de quarta-feira, após a cidade registrar a madrugada mais fria do ano, com 7,9C.

A gestão de Fernando Haddad (PT) foi criticada após guardas-civis serem acusados de retirar cobertores e pertences pessoais dos sem-teto em 2016. Ele fez um decreto para orientar as ações.

Resposta

O prefeito João Doria (PSDB) nega que os jatos d'água tenham sido direcionados aos moradores de rua, mas admite que cobertores foram molhados. Filipe Sabará, secretário de Assistência Social, diz apostar no programa que oferece empregos a sem-teto para resolver o problema na cidade.

Fernando Haddad (PT) diz que a acusação de tirar cobertores de sem-teto é "torpe e infundada". Ele tinha entre suas bandeiras o programa Braços Abertos (que dava emprego e moradia a viciados da cracolândia).

Paulo Maluf (PP) afirma que vetou o projeto com base na Constituição, que nunca mandou jogar água em sem-teto e que fez 20 mil moradias populares. Andrea Matarazzo, secretário de Subprefeituras de Serra, diz que obstáculos em rampas coibiam a ação de bandidos. A gestão diz que ampliou vaga em albergue e criou transporte gratuito a abrigos. Alda Marco Antônio, vice de Gilberto Kassab, diz que as críticas foram em relação a medidas isoladas, que nada afetaram a política de atenção a moradores de rua. Que triplicou orçamento da área e criou 85 unidades de atendimento.

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