Justiça barra retirada de viciados à força das ruas

A Justiça derrubou ontem decisão que autorizava a gestão João Doria (PSDB) a retirar viciados à força das ruas da cracolândia, no centro de São Paulo, para que eles passassem por avaliação médica. A prefeitura disse que vai recorrer.

A decisão causa impasse para ação de Doria na região. Desde a operação policial do governo Geraldo Alckmin (PSDB) no dia 21, feita antes de a prefeitura preparar estrutura para atender os viciados, Doria tenta implementar medidas às pressas.

O resultado foram percalços como a demolição de construções com pessoas dentro, que deixou três feridos, e resultou em liminar judicial vetando novas remoções na região sem encaminhamento a moradia.

Resposta

A gestão João Doria (PSDB) afirma que a remoção à força dos viciados da cracolândia não é a única estratégia do programa Redenção. "Se não for possível fazer a [remoção] compulsória, há um monte de estratégias sendo feitas", afirmou secretário de Governo, Julio Semeghini, coordenador da ação municipal.

Atualmente, o programa Recomeço, do governo estadual, já faz internações compulsórias, embora sejam a minoria. A diferença é que a prefeitura solicitava que agentes de saúde e sociais pudessem fazer a avaliação, com base em protocolos psiquiátricos, para a remoção à força das pessoas das ruas.

Ambulâncias levariam os pacientes para avaliação médica, que poderia ou não resultar em um pedido de internação à Justiça.

Semeghini afirma que a remoção seria uma exceção. "Nós não vamos resolver o problema dessas pessoas através da compulsória, mas de uma grande estrutura e aumentando significativamente o número de abordagem e equipes", afirmou.

Em nota, a prefeitura disse que vai recorrer e que "o trabalho de acolhimento e tratamento dos usuários que aceitam se internar continuará sendo feito". Ontem, em agenda antes de a decisão da Justiça ser divulgada, Doria não falou sobre a cracolândia. No sábado, o prefeito também não comentou o assunto.

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