Donos da Kiss e músicos vão a júri popular por 242 mortes

Santa Maria (RS) - Os empresários Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann e os músicos Marcelo Santos e Luciano Leão, acusados de serem os responsáveis pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 242 jovens em janeiro de 2013, vão a júri popular.

Eles esperam o julgamento em liberdade.

A decisão é do juiz Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal de Justiça de Santa Maria.

Em sua sentença, Louzada entendeu que há indícios suficientes de que os acusados sejam os responsáveis pelo incêndio, como argumentou o Ministério Público, em sua denúncia.

Formado por sete jurados, o conselho de sentença do Tribunal do Júri vai decidir se os quatro réus são culpados ou inocentes.

Eles são acusados pelo crime de homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de causar a morte), qualificado por meio cruel (fogo e asfixia) e motivo torpe (ganância) na morte das 242 pessoas, além de tentativas de homicídio dos mais de 636 feridos.

Resposta

Os representantes legais dos acusados afirmaram que irão recorrer da decisão de levar o caso a júri popular.

O advogado de Elissandro Spohr, Jader Marques, disse que analisará primeiro a sentença para saber se entrará com pedido de embargos declaratórios (para que o juiz esclareça fato omitido na decisão) ou se tentará levar o caso para instância superior no caso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

"Os verdadeiros responsáveis pelas mortes ficaram de fora do processo", diz Marques.

Ele acusa o promotor Ricardo Lozza, a gestão do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) e os bombeiros como responsáveis, por negligência na certificação de segurança.

Omar Obregon, advogado do músico Marcelo Santos, disse que a decisão o pegou "de surpresa" e classificou a decisão como "equivocada". Ele também irá recorrer.

O defensor de Luciano Leão, Gilberto Weber, afirmou que o caso não é para júri popular e também recorrerá.

O advogado de Mauro Hoffmann não respondeu.

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