Atendimentos despencam na Santa Casa em dois anos

Dois anos após a Santa Casa fechar o pronto-socorro do Hospital Central, em Santa Cecília (centro), por cerca de 30 horas, alegando grave crise financeira, os dados assistenciais da entidade apontam que a capacidade de atendimento do hospital vem sofrendo redução anual.

Além de desativar 477 leitos entre 2013 e 2015, o maior hospital filantrópico da América Latina reduziu em 73% o número de pessoas atendidas por ano e deixou de fazer cirurgias (de 26.833, há três anos, para 7.137 no ano passado).

Os dados foram publicados no Portal da Transparência do próprio centro médico.

O Agora esteve ontem na ala de urgência e emergência do hospital e encontrou macas vazias e a área de medicação com poucos pacientes.

Apenas três pessoas estavam em observação em macas no corredor, situação diferente de dois anos atrás, quando o local ficava lotado de pacientes.

"Há dois anos eu venho aqui para fazer tratamento de pedra no rim e a cada dia o hospital está mais vazio, e não é por falta de gente para atender", diz a dona de casa Vandernice da Silva, 44 anos.

Resposta

A Santa Casa contestou os números publicados em seu próprio site e disse que realiza cerca de 105 mil atendimentos por mês e no ano passado fez mais de 23,4 mil cirurgias. O texto do centro médico disse que podem "ocorrer remanejamentos de cirurgias".

Segundo o hospital, a atual gestão trabalha em um plano de reestruturação para equilíbrio das contas.

A Secretaria Estadual de Saúde, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a Santa Casa é um hospital privado, que recebe recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).

O governo disse auxiliar a instituição com repasses extras visando minimizar o subfinanciamento federal.

O Ministério da Saúde disse que a tabela SUS não representa a única forma de custeio nem a principal dos serviços.

"Os valores fora da tabela já respondem por cerca de 40% dos recursos destinados aos hospitais filantrópicos e santas casas."

• Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quinta, 21 de julho, nas bancas

• Assine o Agora