Moradores sem água barram saída de caminhão-pipa

Moradores da estreita rua Oito, no Jardim das Olivas, em Guarulhos (Grande SP), bloquearam a passagem de um caminhão-pipa na tarde de ontem para garantir o abastecimento de suas caixas-d'água.

Eles estavam revoltados porque a água não chega aos canos das casas há 12 dias, e a última vez que um caminhão-pipa passou pela rua foi há cinco dias.

Eles contam que chegaram ao limite porque viam caminhões-pipa abastecer outras ruas do bairro dia após dia, mas motoristas se recusavam a acessar a rua Oito porque ela é muito estreita.

A aposentada Aparecida Soares Pereira, 57 anos, mobilizou os moradores a entrarem na frente do veículo para impedir que ele evitasse a rua ontem.

"Estou há dois dias sem tomar banho, são 13h e ainda nem comecei o almoço para os meus netos porque não tenho água para cozinhar. Não tem como ter calma", disse Aparecida.

Resposta

Com rodízio de água desde março do ano passado, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos informou que o problema no abastecimento se deve à redução da água fornecida pela Sabesp, que vende 87% da água consumida na cidade.

Segundo a prefeitura, no ano passado, a cidade comprava 4.000 litros por segundo da Sabesp. Atualmente, só estão disponível 3 mil litros.

O rodízio prevê um dia de água e um dia sem. Segundo a prefeitura, casos em que a falta de água dura mais de 24 horas se devem a obras de melhorias nas redes.

Para esses casos, estão sendo enviados os caminhões-pipa após avaliação técnica do setor, diz a prefeitura.

Resposta 2

Em nota, a Sabesp admitiu ter reduzido a quantidade de água distribuída para Guarulhos, após determinação pela redução do volume de água captada no sistema Cantareira, responsável por 62% do abastecimento da cidade.

Apesar de não ter informado de quanto foi a redução, disse distribuir 250 litros de água por habitante por dia.

O que, segundo a Sabesp, é "mais do que suficiente" para o abastecimento de Guarulhos.

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