Polícia

13/03/2011

Caso Glauco segue indefinido

Folha de S.Paulo

Um ano depois, o caso do assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53 anos, e de seu filho Raoni, 25 anos, continua indefinido na esfera judicial. Embora esteja preso, o assassino confesso do dois, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, o Cadu, pode nem vir a ser julgado, caso a Justiça Federal do Paraná acolha a tese da defesa de que Cadu não é responsável pelos seus atos, conforme laudo de dois psiquiatras e uma psicóloga anexado ao processo.

Se a Justiça considerar que Cadu é de fato inimputável, ordenará sua internação numa unidade psiquiátrica. Caso contrário, ele deverá ir a júri popular. A decisão deve ser anunciada em abril.

Por outro lado, o estudante Felipe de Oliveira Iasi, 24, apontado inicialmente pela polícia como suspeito de coautoria dos homicídios, foi considerado pelo Ministério Público Federal do Paraná apenas mais uma vítima. Glauco e Raoni foram mortos na madrugada de 12 de março de 2010, quando Cadu invadiu o sítio onde a família vivia, em Osasco (Grande SP), e matou pai e filho com quatro tiros cada um.

Foi Iasi quem levou Cadu de carro à casa de Glauco. O estudante sempre disse que foi obrigado a isso, sob a mira de uma arma. A polícia de São Paulo o indiciou sob suspeita de coautoria dos homicídios porque, para ela, o jovem ajudou o assassino a fugir.

O advogado Cássio Paoletti, defensor de Iasi, diz que a família do seu cliente deve entrar com uma ação por danos morais contra o delegado-geral Marcos Carneiro.

Na época, como diretor do Demacro (divisão responsável pela região metropolitana), ele deu entrevistas em que apontou as suspeitas contra o estudante. A assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública informou na sexta-feira que o delegado estava em reunião fora e, por isso, não poderia localizá-lo.

Cadu fora frequentador da Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco em meados dos anos 90 e que segue os rituais do Santo Daime, incluindo a ingestão do chá de ayahuasca, planta alucinógena.

Competência

O processo corre no Paraná porque a Justiça daquele Estado se declarou a única competente para julgar o caso. Ela já analisava a suspeita de tentativa de homicídio contra os policiais federais.

O promotor paulista Yuri Giuseppe Castiglione, de Osasco, onde ocorreu o crime, ainda aguarda decisão do Tribunal de Justiça de SP para tentar trazer de volta o processo para o Estado.

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