Polícia

28/11/2009

Motoboy é agredido por grupo de guardas-civis

Léo Arcoverde
do Agora

Atualizado às 01h30.

Uma câmera do circuito interno de um açougue da avenida Prestes Maia (centro de SP) registrou uma sessão de espancamento feita por guardas-civis contra um motoboy. A agressão ocorreu minutos após a vítima ter estacionado em um local proibido para comer um sanduíche.

  • Veja a cobertura completa do caso, com o relato do motoboy agredido, na edição impressa do Agora, nas bancas neste sábado, 28 de novembro.

As imagens, gravadas por volta das 12h30 do dia 19, mostram quatro guardas dando pontapés, golpes de cassetete e socos e até espirrando gás de pimenta nos olhos da vítima, que já estava mobilizada no chão. O motoboy Valdecir Dias de Souza, 41 anos, conta que tentava se desvencilhar do grupo para não ter as mãos algemadas.

As agressões começaram, segundo o motoboy, após ele ter sido abordado na calçada do açougue pelo GCM Samir Luiz Brisolla. O guarda teria pedido para ele tirar a moto do local, e ele respondeu e que sairia assim que seu churrasco grego ficasse pronto. Souza diz que já tinha pago R$ 1,50 pelo lanche. "Quando falei isso, ele veio puxando a gola da minha camisa. Não reagi, apenas empurrei a mão dele e disse não devia nada a ninguém para ser tratado daquele jeito."

Nesse momento, de acordo com Souza, outros três guardas-civis que passavam pelo local se juntaram a Brisolla e partiram para cima da vítima, que, ao ser empurrada, caiu no chão do açougue.

O motoboy diz que, após ser algemado, foi levado à base da GCM vizinha ao estabelecimento, onde foi novamente agredido, com a participação de mais quatro guardas. "Acho que o primeiro guarda a discutir com ele não estava num dia bom. Não é certo chegar para falar com uma pessoa daquele jeito por conta de uma moto parada no lugar errado", disse um funcionário do açougue, que pediu para não ser identificado.

"Foi uma covardia, acho um absurdo bater numa pessoa daquele jeito. Tenho filhos e meu genro é motoboy. Não gostaria que fizessem o mesmo com eles", disse outro funcionário do açougue.

Souza também disse que, antes de ser levado ao Hospital Glória, na Liberdade (centro de SP), ainda algemado, os guardas-civis limparam seu nariz, que estava sangrando, com um pano de chão sujo.

As imagens de parte do espancamento foram obtidas, na última quarta-feira, quando a dona de casa Alice Nogueira de Oliveira, 36 anos, mulher de Souza, foi conversar com o dono do açougue. No dia seguinte, ela as repassou para uma emissora de TV.

"Fui atrás porque meu marido não é bandido. Ele está sem comer por conta disso, enquanto eles [os guardas] estão numa boa."

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