Polícia

13/10/2009

Dona do coração de Eloá ajuda a consolar mãe

Aline Mazzo
do Agora

Na foto de família, uma nova integrante. Maria Augusta dos Anjos, 32 anos, não é somente a dona do coração da jovem Eloá, mas parte da família Pimentel. Após receber o órgão da estudante em transplante que salvou sua vida, a paraense ajuda a mãe da adolescente, Ana Cristina Pimentel, a superar a dor da saudade um ano após a tragédia. Quando está na capital, ela é bem recebida e dorme na casa da família adotiva.

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A proximidade aconteceu em janeiro deste ano, durante evento realizado em Belém (PA) para incentivar a doação de órgãos. Hoje, as duas mantêm contato constante. "A Maria sempre me liga e dorme aqui em casa. Ela é muito boa. É mais que uma amiga para mim", diz.

A ausência de Eloá e o drama de sua morte --a jovem foi assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves, na época com 22 anos, no apartamento em que morava em Santo André (ABC) após passar mais de cem horas em cárcere privado-- deixaram marcas incuráveis na família. Durante o sequestro, o pai de Eloá foi reconhecido como procurado da polícia e fugiu.

"Nunca mais serei feliz", afirma Ana Cristina, que se mudou do apartamento que mantinha na CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) do Jardim Santo André, para uma casa. O momento mais difícil, conta Ana, é a hora de dormir. "Ela dormia comigo, na minha cama, pois meu marido trabalhava à noite. É difícil não ter a minha menina do meu lado", lamenta.

Além de lidar com a morte da filha, Ana Cristina teve de recomeçar a vida sozinha --conseguiu emprego em uma creche e ganha R$ 600. O marido está foragido há um ano após ser reconhecido por imagens de TV pela polícia de Alagoas, que o procura desde 1993, quando foi acusado de integrar um grupo de extermínio. Segundo a defesa de Everaldo Pereira dos Santos, ele "deve estar na Bolívia".

"Meu marido é inocente e só está sumido porque ele sabe de muitas coisas e pode morrer se for preso", argumenta Ana Cristina.

Amiga refém
A família da amiga de Eloá, N., 16 anos, que também foi feita refém e acabou baleada no rosto, não quis comentar o caso. A mãe da adolescente, Andréa Araújo, afirmou que nem ela nem a filha falariam com a imprensa, pois ficaram muito expostas no ano passado e querem privacidade.

N. era a melhor amiga de Eloá e estava com ela em 13 de outubro do ano passado, quando Lindemberg invadiu o apartamento. Ela chegou a ser solta, mas voltou ao cativeiro, após pedido do sequestrador. A polícia acompanhou a jovem e é investigada por isso. Após a tragédia, N. não teve mais contato com a família de Eloá.

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