Polícia

08/06/2009

Cresce número de mortos por policiais em folga

Folha de S.Paulo

O número de civis mortos por policiais militares em folga entre janeiro e março deste ano é o mais alto desde 2005. Foram 45 mortes nessas circunstâncias no Estado de São Paulo, alta de 95% em comparação com o mesmo período de 2008.

Nesses casos são contabilizados desde mortes motivadas por brigas em bares, no trânsito, entre familiares ou vizinhos até aqueles em que os PMs dizem ter matado ao reagir a um roubo fora do trabalho, muitas vezes em "bicos" como segurança (o que é proibido por lei).

Levantamento da reportagem com base nos dados da Corregedoria da PM aponta também que o total de PMs mortos fora do trabalho subiu de 11 no primeiro trimestre de 2008 para 16 neste ano.

"Houve realmente um aumento dos mortos por policiais militares de folga mas também houve muitos policiais que acabaram morrendo de folga. Tivemos um aumento do crime nos últimos cinco meses", diz o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo.

Segundo ele, o combate à letalidade envolvendo policiais é uma preocupação de sua administração. Camilo afirma que o policial de folga não deve atuar sozinho. "Ele deve acionar o 190 e deixar o policial de serviço atuar, porque o policial de serviço tem mais recursos.

Outro problema apontado por Camilo é o preparo psicológico dos policiais. "Assim como em qualquer organização, uma parcela de PMs não deveria estar aqui. De cada cem candidatos, só dez passam. O psicológico derruba mais da metade.

O analista de sistemas Deibi Willians dos Santos Giordano, 25 anos, foi uma das vítimas de PMs fora do horário de trabalho. Segundo a polícia e a Promotoria, o jovem foi morto com um tiro na cabeça pelo soldado da PM Eduardo Guerrero Meigger, 34, com a ajuda do cabo Roberto Carlos Patino Faustino, 41. O crime aconteceu no Paraíso (zona sul de SP), em 4 de fevereiro.

Os PMs são do 12º batalhão, o mesmo que atende a área onde ocorreu o crime. Eles tinham ido a um bar onde encontraram Giordano. Os PMs, segundo a acusação, acreditavam que ele os encarava e foram tirar satisfação. Para Maurício Antonio Ribeiro Lopes, promotor do caso, esse é mais um caso de legítima defesa putativa [quando o agressor mata supondo que seria agredido] cometida para justificar uma execução.

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