Empresas subirão preços

A cada troca de coleção, o empresário Jean Makdissi Júnior, 34 anos, dono da Íntima Store, reajusta em 4% o preço das lingeries que vende. Neste fim de ano, no entanto, ele planeja aumento superior devido à inflação e ao custo da mão de obra.

Como Makdissi Júnior, 42% dos empresários brasileiros planejam reajustar os preços nos próximos 12 meses. É o que mostra pesquisa da consultoria Grant Thornton realizada no terceiro trimestre de 2011 com 11 mil donos de empresas de pequeno e médio portes em 39 países --104 deles brasileiros. Em 2010, 29% pretendiam aumentar os preços.

No Brasil, o crescimento econômico e a alta da inflação prevista de 6,5% em 2011 foram responsáveis pelo resultado, diz Javier Martinez, coordenador do estudo.

Para Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers, consultoria de negócios especializada em pequenas empresas, a carga tributária também influenciou os reajustes.

O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compras no exterior com cartão de crédito em março, que foi de 2,38% a 6,38%, impactou o caixa dos importadores e resultou no repasse de custos aos consumidores.

Donos de pequenas empresas são os mais prejudicados pelas variações econômicas e tributárias, diz Iavelberg. "Eles precisam de planejamento para lidar com gastos inesperados", considera. O repasse deve ser feito de forma sutil para não afastar a clientela.

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