Ainda existe esperança na "esquina do emprego"

A rotina do encarregado de obras Raimundo Geraldo Silva, 44 anos, tem sido praticamente a mesma nos últimos oito meses, desde que perdeu seu último emprego com carteira assinada: com apenas uns goles de café no estômago, sai às cinco horas da manhã do Jardim Piqueri, na zona norte da capital, onde mora, e segue para a região central na esperança de conseguir algum trabalho.

O destino é o mesmo de muitos outros desempregados: a esquina das ruas Barão de Itapetininga e Dom José de Barros, tradicional ponto de recrutamento de trabalhadores da construção civil. Antes de o comércio levantar as portas e o vaivém de pessoas se intensificar, muitos deles já procuram vagas de trabalho em anúncios nos postes e nos coletes dos 'homens-sanduíches'.

Mais um entre os 13,5 milhões de brasileiros desempregados –segundo dados de julho do IBGE–, Silva tem sobrevivido e conseguido pagar os R$ 500 de aluguel da casa em que mora sozinho, graças a bicos esporádicos. "Pinto uma parede aqui, conserto um telhado ali e vou me virando", conta ele.

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