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Cobrar os caminhoneiros
O governo Michel Temer (MDB) deixou claro que ainda não tem ideia de como vai pagar, com o dinheiro dos contribuintes, a conta das promessas feitas aos caminhoneiros.
Resta saber se, pelo menos, as autoridades federais têm ideia de com quem estão negociando.
Afinal, não adiantou nada o acordo anunciado na quinta-feira (24) com 8 das 11 entidades reunidas em Brasília.
O bloqueio criminoso de estradas e o desabastecimento que aflige a população continuaram, até um novo entendimento, ainda mais generoso, no domingo (27).
Entre uma coisa e outra, houve também a ameaça do governo de usar força policial e militar para desobstruir as rodovias, o que também não adiantou grande coisa.
Agora o país está de novo na expectativa de que chegue ao fim, de modo organizado, um movimento que já passou todos os limites do razoável.
Os caminhoneiros prejudicaram toda a população para conseguir arrancar o que queriam do Planalto. Agora, precisam fazer sua parte.
O preço do litro do óleo diesel foi reduzido em R$ 0,46 e ficará congelado por 60 dias. Depois, só haverá correção de 30 em 30 dias.
Para compensar a Petrobras pelos prejuízos, o governo vai gastar R$ 9,5 bilhões, segundo os dados oficiais. A grana corresponde a um terço da verba anual do Bolsa Família.
Essa e outras concessões foram feitas na correria, porque o Planalto ficou sem coragem de enfrentar uma paralisação que tinha a simpatia de muita gente.
É uma atitude perigosa, porque outros grupos podem se animar a partir para cima do dinheiro do contribuinte.
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