Aposentada quer barrar descontos

A metalúrgica aposentada Maria Bueno Costa, 77 anos, vem tendo um desconto em seu benefício previdenciário e, segundo conta, até hoje não conseguiu do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no ABC, onde mora, uma explicação para isso. "Hoje eu ganho menos do que o salário mínimo por causa dos descontos", explica.

Esses abatimentos seriam devidos por um benefício indenizatório que ela recebeu a partir de 1980, após passar por uma cirurgia que deixou algumas sequelas. "Na época, eles não quiseram me reabilitar e disseram que essa indenização seria paga até eu morrer", relata.

A segurada diz que, quando buscou a agência do INSS em São Bernardo do Campo para questionar o corte e os descontos, foi acusada de agir de má-fé. "Eu fui reclamar e a mulher teve a coragem de dizer que foi cortado porque eu estava todos esses anos roubando.

Além da aposentadoria, que recebe desde 1990, a metalúrgica também tem uma pensão por morte de seu marido, que morreu em 1991. Com o desconto, porém, ela diz que, mesmo somando os valores, está difícil viver com a redução na renda. "Mal consigo pagar meu aluguel", afirma.

Resposta

O INSS informou, por meio de nota de sua assessoria de imprensa em São Paulo, que o acúmulo do auxílio-suplementar com a aposentadoria é indevido.

"O INSS encaminhou ofício de cobrança à segurada, informando sobre a irregularidade, porém, a senhora Maria não apresentou defesa e/ou recurso", disse o instituto.

Ainda de acordo com as informações do INSS, a segurada entrou com ação na Justiça e, em março de 2017, foi determinada a suspensão da cobrança.

Porém, em dezembro, nova decisão liberou os descontos. Segundo o órgão, a segurada pode obter outras informações com seu advogado.

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