Justiça quebra sigilo eletrônico do atirador do Rio

RIO - A Justiça do Rio decretou ontem a quebra do sigilo eletrônico de Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, que se suicidou após matar 12 alunos e ferir outros 12 na última quinta-feira, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio).

A partir da autorização judicial, a polícia do Rio começou a analisar os e-mails recebidos e enviados pelo atirador, além de suas conversas por meio de mensagens instantâneas e redes sociais.

As investigações mostraram que Wellington tinha contato com pelo menos seis pessoas por meio de MSN, o serviço de mensagens instantâneas da Microsoft.

A principal tese da polícia é a de que o atirador agiu sozinho, mas a investigação vai envolver a rede de contatos do assassino. A investigação deverá definir se Wellington teve apoio de mais pessoas --inclusive se contou com a ajuda de um grupo criminoso.

Um psicólogo forense do IML (Instituto Médico Legal) vai traçar nos próximos dias o perfil psicológico de Wellington. Segundo a polícia, o perfil deve ser feito em até 30 dias, quando também deve ser concluído o inquérito.

A polícia informou, ainda, que deverá chamar para depor, nos próximos dias, o instrutor de tiros Wilson Saldanha, que teria sido procurado por Wellington antes do ataque na escola municipal.

Cartas

Além do bilhete que levava consigo na hora do crime, o assassino deixou, em sua casa, manuscritos em papéis de caderno. Ele cita nomes como "Abdul" e "Phillip" --a polícia considera esse nomes um delírio do assassino.

O matador também faz referência a um "grupo" do qual teria sido expulso, diz "meditar" sobre os atentados de 11 de setembro e afirma estar lendo o Alcorão.

A polícia divulgou ontem uma foto de Wellington de barba, cerca de um mês antes da matança na escola.

Voluntários limparam ontem as pichações feitas no último sábado na casa da família de Wellington, em Realengo. Na fachada da casa havia pichações com as palavras "assassino" e "covarde". O imóvel também sofreu atos de depredação.

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