Oi amplia investimento em empresa de Lulinha

BRASÍLIA - Seis anos após associar-se à gigante de telefonia Oi, a Gamecorp, empresa que tem entre seus sócios um filho do presidente Lula, acumula prejuízo de R$ 8,7 milhões e dívidas de mais de R$ 5 milhões. Mesmo assim, o negócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, continua atraindo sócios e recebendo investimentos da operadora.

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Desde 2007, a Oi --então Telemar, uma concessionária de serviço público que recebeu uma série de incentivos do governo Lula-- aumentou em 28% o aporte na empresa, contra inflação acumulada de 11%. O negócio é alvo de investigação da Polícia Federal, até hoje inconclusa. A Oi fechou 2009 com o maior prejuízo entre os 50 maiores grupos do país --R$ 436 milhões.

Lulinha e Luís Cláudio, outro filho do presidente, criaram duas holdings este ano, somando seis empresas. Quando o pai chegou ao Planalto, em 2002, eles eram estagiários.

Com BNDES e fundos de pensão como principais acionistas, a Oi é a única grande cliente da Gamecorp, que faz conteúdo para TV veiculado pela Sky e pela OiTV. Conforme registrado em balanço, a Oi pagou à Gamecorp R$ 3,6 milhões por "comercialização de serviço". Dois anos antes, esse valor era de R$ 2,8 milhões.

O balanço da Gamecorp mostrou lucro de R$ 646 mil em 2009, mas, a dívida não foi abatida. Ao contrário, subiu, tendência que se mantém desde os primeiros balanços. A empresa manteve R$ 2,7 milhões em aplicações.

O aumento no aporte da Oi ocorreu durante o negócio que transformou a operadora na maior empresa do setor graças à ajuda do governo e sob suporte de empréstimos no BNDES. Com argumento de criar uma "supertele nacional", o governo Lula alterou as regras do setor para viabilizar a fusão com a Telemar.

Em 2010, o governo tomou ao menos três decisões que beneficiam a telefônica. Entre elas, a de adiar para maio o novo plano de metas para as operadoras --que forçaria a Oi a fazer investimentos. A Agência Nacional de Telecomunicações liberou o mercado de TV a cabo para teles. Só a Oi foi beneficiada, por ter capital majoritariamente nacional.

A agência decidiu incluir mais um dígito nos celulares em São Paulo para aumentar os números disponíveis para venda, o que ampliou a possibilidade de entrada da Oi nesse mercado.

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