Deputado estava bêbado em acidente que matou 2

CURITIBA -- O deputado estadual do Paraná Fernando Carli Filho (PSB), 26, estava bêbado no momento em que se envolveu em um acidente de trânsito em Curitiba, matando dois jovens.

Exame de dosagem alcoólica feito pelo IML (Instituto Médico Legal) na amostra de sangue colhida após a batida mostrou que o político tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue, o que equivale a cerca de quatro cálices de vinho. O resultado foi divulgado ontem pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná.

Segundo o Código de Trânsito, o motorista que conduzir um veículo com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas deve ser punido com detenção --de seis meses a três anos--, multa e suspensão ou proibição de ter a permissão ou a habilitação para dirigir.

Carli Filho já estava com a carteira de habilitação suspensa por tomar 130 pontos após ter sido autuado 30 vezes. O limite é 20 pontos.

"Hoje é possível informar com 100% de certeza que o deputado estava sob influência alcoólica no momento da colisão", disse, por intermédio da assessoria, o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, o sangue foi colhido cerca de duas horas depois de o deputado ter deixado o restaurante em que estava antes do acidente, em 7 de maio.

A colisão resultou na morte dos jovens Gilmar Rafael Souza Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20. Segundo o promotor Rodrigo Chemim Guimarães, testemunhas disseram no inquérito que o deputado estava bêbado e guiava em alta velocidade. O Ministério Público ainda aguarda as informações do radar, que pode constatar a velocidade do Volkswagen Passat guiado por Carli Filho.

Ontem, o corregedor da Assembleia Legislativa do Paraná, Luiz Accorsi (PSDB), decidiu pela abertura de uma sindicância para apurar se Carli Filho quebrou o decoro parlamentar. Ele pode até ser cassado. Após ser notificado, o deputado terá até dez dias para apresentar defesa.

Resposta
O acusado continua internado. Procurados, os familiares do deputado estadual não responderam aos recados, que foram deixados pela reportagem no telefone celular do pai, Fernando Carli, e na assessoria de imprensa do hospital.

Na sexta passada, o pai do político afirmou que está havendo um "julgamento antecipado" do caso.