Mulher de Cachoeira é detida sob acusação de ameaçar juiz

Goiânia - A mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, começou a ser investigada ontem por suspeita de tentar corromper o juiz responsável pela Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro, em 29 de fevereiro.

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Andressa, que foi obrigada a prestar depoimento e a pagar fiança de R$ 100 mil. Também não poderá entrar em contato com nenhum investigado na operação --inclusive Cachoeira.

Segundo o juiz federal Alderico Rocha Santos, Andressa esteve em seu gabinete no último dia 26, para tentar obter a revogação da prisão e a absolvição do marido.

Na ocasião, conforme relato do magistrado à Procuradoria, ela disse ter dossiê com "informações desfavoráveis" a ele que seria divulgado pelo "repórter Policarpo na revista 'Veja'" caso Cachoeira não fosse liberado.

Redator-chefe da "Veja" em Brasília, Policarpo Júnior aparece conversando com Cachoeira em diálogos interceptados na operação, mas que, segundo a PF, denotam relação entre repórter e fonte.

Diante das afirmações do juiz, a Justiça Federal determinou as ações contra Andressa, surpreendida em casa pela PF por volta das 7h.

Andressa ainda estava dormindo e "ficou surpresa" com a ação. Ela estava sozinha. Foram apreendidos dois computadores, dois iPads, um celular e documentos. Ela deixou a sede da PF em Goiânia por volta das 12h15, sem falar com a imprensa.

Andressa é investigada hoje por suspeita de corrupção ativa, pelo episódio do juiz, e também por lavagem de dinheiro e corrupção passiva --o grupo de Cachoeira teria intenção de transferir bens para o nome dela.

Resposta

Goiânia - A reportagem não localizou ontem advogados que representem Andressa Mendonça, e o defensor de Carlinhos Cachoeira não respondeu às tentativas de contato.

Em nota, a revista "Veja" classificou a acusação do juiz Alderico Rocha Santos como "absurda, falsa e agressivamente contrária aos nossos padrões éticos".

Disse ainda que tomará providências para "processar o autor da calúnia que tenta envolver de maneira criminosa a revista e seu jornalista".