Ministério nega riscos com frango de Sadia e Perdigão

Após ser deflagrada ontem a Operação Trapaça, que é a terceira fase da Operação Carne Fraca, com a prisão de 11 pessoas, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) negou que o abastecimento de carne branca (frangos e perus) ofereça risco à saúde pública, tanto no Brasil quanto em países que consomem a carne brasileira.

A operação detectou um esquema entre a BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão, e laboratórios responsáveis por analisar seus produtos para fraudar resultados das análises e omitir a presença da bactéria salmonela.

O objetivo era burlar a fiscalização sanitária e continuar exportando para mercados externos de controle mais rígido, segundo a Polícia Federal.

De acordo com o Ministério da Agricultura, a presença da bactéria salmonela é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais, porém, ela é destruída em altas temperaturas –quando a carne é cozida ou frita, por exemplo.

Resposta

A empresa de alimentos BRF disse ontem que "está se inteirando dos detalhes" da nova fase da operação deflagrada pela Polícia Federal e que colabora com as investigações para esclarecer os fatos.

Em comunicado, a empresa ainda ressaltou que segue as normas e regulamentos relativos à produção e comercialização de seus produtos no Brasil e no exterior.

A BRF afirmou que permanece inteiramente à disposição das autoridades

Separadamente, a Tarpon Investimentos, acionista da BRF, informou em nota que não é alvo da operação, mas que a PF realizou buscas em sua sede por documentos de Pedro de Andrade Faria relacionados ao período em que atuou como presidente da empresa de alimentos.

Em nota, o Mapa (Ministério da Agricultura) disse que a SDA (Secretaria de Defesa Agropecuária) conta com uma equipe de auditoria especializada atuando em conjunto com a Policia Federal.

Segundo o ministério, entre os procedimentos adotados pela secretaria a partir da ação estão a suspensão do credenciamento dos laboratórios alvos da operação até finalização dos procedimentos de investigação, podendo resultar no cancelamento definitivo da credencial, e a suspensão dos estabelecimentos envolvidos na exportação das carnes a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle.

O Anffa Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários), disse que apoiou a operação.

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