Mantega usou BNDES para pedir doação, diz delator

Marcelo Odebrecht relatou a procuradores da Operação Lava Jato, em roteiro para negociar sua delação premiada, que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega eram os responsáveis por cobrar doações para a campanha de Dilma Rousseff em 2014.

Segundo o empreiteiro, ex-presidente e herdeiro do grupo que leva seu sobrenome –e que está preso desde junho de 2015 no Paraná–, Coutinho e Mantega dividiam a tarefa de obter o compromisso de doações entre empresários que tinham financiamento do BNDES para projetos no exterior.

As declarações de Odebrecht são uma tentativa de fechar acordo com o qual conseguiria benefícios, como a redução de pena.

Ele já foi condenado a 19 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa.

Procurados pela reportagem, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega afirmam que "nunca" trataram de doações para campanhas eleitorais.

Em nota, Coutinho diz que o tema doações "jamais foi abordado durante qualquer contato com executivos da Odebrecht ou de qualquer outra empresa" e que os financiamentos "obedecem a uma governança baseada em órgãos colegiados".

Por meio de seu advogado, o ex-ministro Mantega afirmou que "jamais tratou de assunto de campanha de quem quer que seja" e que "rechaça essa insinuação'.

Então tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva afirma que as doações foram legais e que as contas da campanha foram aprovadas pela Justiça.

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